quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Água

Não molha n´água.
A água se esvai
Enquanto pela onda
pelo mar que vai
e volta.

Não molha n´água
Vou onde onda for
Se vier comigo
molhará.
Molhará.


(02/02/2008)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Momento

Para onde foram as canções?
O erro é momento
E pelas ruas percorre a perda
pelas luas o tempo é mesmo
O tempo é e só.
Quanto de céu passará
até que voltem as canções?
Quanto resta de dor.
Carne sem alma.
Quantas luas restam
até que o momento passe?
O momento resta.


(25/01/2008)

domingo, 19 de setembro de 2010

Quero dizer, mesmo que ninguém venha ler. A vida sem alguma arte não existe.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um cheio de vazio

Um vazio de palavras me cabe no momento. Não me perguntem nem como nem qual foi o desastre. O impacto presente já é o bastante.
As portas não abrem e o elevador nunca chega. O otimismo disse que voltava logo e foi almoçar.
Seja como for, a única forma que me resta é a de ser eu mesma em meu texto. Mesmo que em vazio.
Talvez porque nem eu mesma queira perceber o que há de profundo por aqui. Ainda melhor ficar no raso hoje. Enfim, por um dia... vou acreditar na letra da lei.
Esqueçamos o que existe nas entrelinhas dos incisos. Hoje, vou deixar essa artimanha apenas para os advogados.
A filosofia não me cabe. A poesia não me cabe. A análise ficou para mais tarde.
Sou o vazio presente na letra da lei. E ponto. Sem espaços para pensar no além.
Meu bem, mal me cabe nesse momento. E o tormento desse nada virtual me embriaga. Não estou sóbria. Não levo as marcas. Deixo-as de lado.
Levo, sim, um todo grande de informações que pouco importam; um turbilhão de possibilidades que flutuam no ar; uma história mutante e peregrina de longa estrada; alguma sacola cheia de qualquer coisa que se compra por aí. E, claro, um celular com internet para estar em contato permanente com redes sociais que quase nunca me dizem algo que permanece.
Assim, levo esse vazio socialmente elaborado. Passo sem ser percebida onde quer que seja. Não penso em nada ao pensar em tantas coisas que me cabem.
Como já disse, o vazio me cabe.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Espera

Pode ser mais um momento.
Pode ser.
Quem diria se a porta bateu ou a estrada acabou ou foi só o trem que mudou de rumo.
Quem diria que o presente é uma transformação e, afinal, faz parte.
Faz parte a vivência de cada dia esperando o momento. Faz parte aprender. Faz parte esperar. Faz parte esperar e aprender.
E a ansiedade? Faz parte.
Cada parte querendo explodir por vida, criatividade, produção, emoção, amor, amplitude.
Cada parte esperando pela porta ou estrada ou trem que passe com um criar devastador pela frente de tudo que é fora de contexto.
O contexto faz parte.
E nem que a vivência desse momento desista; o momento existirá. Há transformação; correrá até aqui.
Viver cada dia pode ser a espera pelo contexto certo.
Quem diria que a produção assim cresce, mesmo em silêncio.
Quem diria que o amor assim devasta, mesmo a parte.